sábado, 20 de setembro de 2008

Jornal Nacional dia 20/09/2008


Pesquisa aponta erros na alimentação infantil

Segundo pesquisadora, a quantidade de fibras na alimentação em casa é menor e a quantidade de carboidratos é maior do que na escola.
Uma pesquisa conduzida em nove estados aponta erros na alimentação infantil. O estudo, coordenado pela Universidade Federal de São Paulo, também revela o que uma dieta pobre de nutrientes e cheia de calorias anda provocando nas nossas crianças. Se for doce, é com Rafaela mesmo. “Ela gosta de comer besteira e eu tento evitar ao máximo”. Rafaela não é a única. Pesquisadores acompanharam, durante oito meses, mais de três mil crianças em idade pré-escolar. E eles perceberam: a alimentação em casa não é boa. Na escola, a qualidade é melhor. “A quantidade de fibras em casa é menor e a quantidade de carboidratos, de energia, foi maior em casa também”, revela Fernanda de Oliveira Martins, pesquisadora em nutrição. Outra conclusão da pesquisa: as crianças estão comendo pouco derivados de leite, frutas, verduras e legumes. E, embora a escola ofereça esses alimentos, os alunos costumam recusar, influenciados pelos hábitos que levam de casa. “Hoje não tem morango, hoje tem banana”. O entusiasmo de Enrico pelas frutas é raro. Na classe, a maioria quer guloseimas. “Você percebe que é uma coisa que elas comem em casa, é uma coisa do cotidiano delas fora da escola”, diz a nutricionista escolar Viviane dos Santos. Segundo a pesquisa, a falta de nutrientes se reflete no peso e na estatura. O número de crianças com altura abaixo do normal foi o dobro do esperado e 27% pesam mais do que deveriam; 11% são obesas. O estudo, patrocinado por uma empresa de alimentos, traz uma preocupação com o futuro. De acordo com os médicos, a falta de cálcio pode levar à osteoporose e o excesso de sal na comida, constatado pela pesquisa, é um caminho para a hipertensão. “Se eu não tenho uma ingestão boa de alimentos básicos, com certeza eu vou levar esses maus hábitos pra vida futura e eu vou ter condições de doenças crônicas associadas”, alerta Mauro Fsberg, coordenador da pesquisa.

http://jornalnacional.globo.com/Telejornais/JN/0,,MUL767765-10406,00.html


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